Quando eu tinha 7 anos minha vó e madrinha disse que seu sonho era uma netinha médica para cuidar dela. Naquele momento eu decidi ser médica. Quando eu entrei na faculdade minha vó Dinha teve o diagnóstico de Doença de Alzheimer, eu comecei a estudar muito o assunto e decidi que seria neurologista. Porém, antes de completar a metade da faculdade, minha vó faleceu e se tornou minha estrela guia. Naquele dia prometi para ela que a cada paciente que eu tivesse seria como se estivesse cuidando dela.
Sei muito bem como é ter um parente com Doença de Alzheimer, todas as dores e dificuldades do doente e da sua família, e algumas dicas que posso dar são:
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1.Use um tom de voz calmo nas conversas.
2. Use frases claras e objetivas para dar explicações.
Explique suas ações e procedimentos de forma simples.
3. Crie uma rotina diária.
4. Tenha calendários e relógios pela casa.
5. Seja tolerante e paciente com perguntas e comportamentos repetitivos.
6. Incentive que a pessoa continue fazendo atividades que sempre gostou de fazer ( minha vó cortava a couve mais fininha que já vi, sempre deixávamos ela cortar, vigiando e com segurança, e ela se sentia muito útil e feliz).
7. Músicas relaxantes e que o paciente conheça estimulam o cérebro e trazem conforto ( minha vó adorava ouvir marchinhas de carnaval da sua juventude).
8. Dê pequenas missões que a pessoa seja capaz de completar.
9. Mantenha as portas de casa trancadas.
10. Evite que a pessoa durma durante o dia. Mantenha horário de dormir e acordar.
11. Além do neurologista, outros profissionais podem ser muito importantes como o fonoaudiólogo, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional.
13. É comum uma mudança comportamental no início da noite chamada síndrome do pôr do sol, é importante você dar mais atenção nesse momento. No caso da minha vó eu sentava com ela e desenhava a árvore genealógica da nossa família, ela adorava, se concentrava e ficava mais calma.
Cuide de quem sempre teve você como sua maior lembrança.
Tenho um parente com Doença de Alzheimer em casa, e agora?