Existem várias pesquisas científicas que apontam algumas estratégias e dicas para melhorar a cognição e o aprendizado.
Assim, uma das estratégias mais importantes é investir na alimentação e nutrição adequadas. Há vários estudos demonstrando que a qualidade e a quantidade de alimentos ingeridos sobretudo nos primeiros anos de vida afetam o desenvolvimento cognitivo. O cérebro em desenvolvimento, principalmente no período pós natal é extremamente dependente de estímulos ambientais e nutrição.
E a boa alimentação começa com a amamentação exclusiva até os 6 meses de idade que além de ser um fator primordial para o desenvolvimento do bebê também transmite anticorpos e promove estimulação sensorial e criação de vínculo afetivo.
Outro pilar muito importante é a prática de atividades físicas. O exercício físico aumenta a neurogênese (formação de novos neurônios) principalmente em uma região do cérebro chamada hipocampo beneficiando a cognição. Evidências indicam uma correlação positiva entre atividade física e nível de aprendizagem e melhora cognitiva desde crianças em idade escolar até adultos favorecendo o aumento da reserva cognitiva.
Além disso, o sono favorece o aprendizado tanto antes quanto após a aquisição de novas memórias. Estudos demonstram que pessoas que não dormem têm maior dificuldade de aprender, pois o sono atua na preparação e na consolidação do aprendizado.
Vários estudos apontam também, as vantagens de aprender música incluindo aprender um instrumento musical desde a infância. A música promove a estimulação de várias partes do cérebro e as conexões neurais formadas durante o aprendizado da música são benéficos para o aprendizado geral inclusive melhorando a atenção, a concentração, a memória e raciocínio matemático.
Estudo recente publicado na Revista The Lancet demonstrou que a baixa educação durante até os 45 anos é um dos principais fatores de risco para demências como a Doença de Alzheimer (aqui eu falo um pouco mais sobre a Doença de Alzheimer). Assim, além de vários outros motivos, este é mais um deles para o investimento na educação sobretudo das crianças e adolescentes com estratégias adequadas para garantir o melhor aprendizado.
Mais informações você pode encontrar no site da Rede Nacional de Ciência para a educação clicando aqui.
Referências:
CASSILHAS, R.C.; TUFIK, S.; MELLO, M.T. Physical exercise, neuroplasticity, spatial learning and memory. Cellular and Molecular Life Sciences, v. 73, p. 975-983, 2016.
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BORN, J.; RASCH, B.; GAIS, S. Sleep to remember. The Neuroscientist, v. 12, n. 5, p. 410–424, 2006.
Hyde KL, Lerch J, Norton A, Forgeard M, Winner E, Evans AC, et al. . The effects of musical training on structural brain development: a longitudinal study. Ann N Y Acad Sci. (2009) 1169:182–6.